terça-feira, 15 de julho de 2014

A inveja com o Facebook está fazendo você infeliz?

No Brasil, qualquer situação de má sorte ou infelicidade é atribuída, na maioria das vezes, ao famigerado “olho gordo”, ou seja, à cobiça desenfreada dos outros. Para resolver a situação, existem inúmeros rituais: amarrar uma fita vermelha em alguma peça de roupa, tomar banho de sal grosso e andar com amuletos, entre outros. Embora ninguém goste de assumir que sente inveja, a maioria presume ser invejada em suas conquistas pessoais.
“Infelizmente, nosso país não apresenta condições favoráveis para elevar a autoestima da população, ou seja, uma educação que valorize as competências e os talentos e promova condições para que todos tenham oportunidades para realizar seus desejos. Assim, reforça-se uma cultura voltada para a incapacidade”, afirma a psicóloga e especialista em gestão de pessoas Eline Rasera.
Necessidade de autoafirmação
Quem sempre acredita estar na mira dos invejosos acaba adotando uma postura arrogante em relação aos demais, já que a raiz do sentimento está na ideia de superioridade.
“Existem os que são superiores em suas habilidades e não há como esconder isso. O errado é tomar essa superioridade como instrumento de humilhação, mostrando excesso de vaidade e falta de consideração com as pessoas”, atenta Luiz Cuschnir, psiquiatra e coordenador do Grupo de Gêneros do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.
Essa postura, muitas vezes ilusória, pode se tornar um obstáculo para que o “invejado” consiga reavaliar suas qualidades e contornar as inseguranças, sem depender da cobiça alheia.
“Tem a ver com insegurança, com a necessidade de uma satisfação pessoal que depende da aprovação e da extrema admiração dos outros. É sinal de que a pessoa gosta da sensação de ter alguma coisa que os outros não têm, se sentindo mais poderosa”, explica Denise Diniz.
Thinkstock/Getty Images
Exagero: querer ser invejado o tempo todo é sinal de insegurança
Outro perfil comum é o de pessoas que temem perder suas conquistas em decorrência da energia negativa gerada pelos outros. Nesse caso, os sentimentos de insegurança e de autoestima abalada são mais marcantes do que a noção de superioridade, já que não existe a confiança no próprio talento e apela-se para rituais de proteção. Dependendo da frequência e da intensidade, esse temor pode se tornar algo patológico.
Exibição gratuita
Nas redes sociais, o desejo de ser invejado tende a se manifestar com maior frequência. O próprio Instagram, aliás, já foi apontado como uma das redes que mais causa depressão entre os usuários, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Homboldt, na Alemanha.
“As redes sociais são veículos de exposição seletivos, ou seja, a pessoa escolhe deliberadamente o que postar e compartilhar, o que facilita a exposição de feitos e conquistas”, reforça Eline Rasera. Um prato cheio para os que fazem tudo por um “curtir” nas fotos e postagens de sucesso.
No ambiente corporativo ou na vida pessoal, o mais indicado é adotar uma postura humilde e comedida em relação às conquistas, já que a vaidade exacerbada pode ser vista com maus olhos e comprometer avanços na carreira, por exemplo.
“Hoje, com a valorização do relacionamento em equipe além da eficiência profissional, essa postura arrogante ou autoritária é malvista. O arrogante humilha os demais. Quem é humilde se posiciona sem precisar diminuir os outros”, aponta Luiz Cuschnir.

Fonte: http://delas.ig.com.br/

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